O Mercado do Choro

O Mercado do Choro

Quinta-feira – 21/10/2021 a partir das 14h40 no youtube.com/farturabrasil

O mercado do choro existe desde 2013 e é feito por musicistas dedicados à pesquisa e criação do gênero musical choro. Mensalmente são feitos encontros em praças e mercados, valorizando o patrimônio histórico; convidando as pessoas para as rodas de choro, porém principalmente as convidando a reconhecer a cidade.

Em busca de novas maneiras de se conectar, os músicos iniciaram um processo de composição, vivenciado em contato direto com a expressão sonora de Belém, dentro das próprias rodas de choro, em meio urbano. A experiência foi contemplada em 2016 com o Prêmio SEIVA da Fundação Cultural do Pará, realizando rodas que também serviram de laboratório para a criação musical, gerando o primeiro álbum do coletivo e o clipe da música “Mercado de São Brás”. No álbum – lançado pelo selo NA MUSIC – além das músicas todas compostas pelos seus integrantes, existem trechos da paisagem sonora das ruas, contextualizando o local de composição de cada música. Locais como: Porto do Sal, Feira do Açaí e Mercado do Jurunas. Dessa maneira, o Mercado do Choro foi se desenvolvendo e estabelecendo outras parcerias com projetos que também buscam a preservação do patrimônio histórico, como o projeto Circular-Campina-Cidade-velha e Aparelho, ambos realizados na capital paraense. Além de fomentar as rodas de choro nesses espaços, os músicos que hoje consolidam o projeto, consideram a atividade de composição nesses encontros uma ação estimulada pela estética das ruas e de seus sons, sendo tão importante quanto divulgar obras já reconhecidas, por isso é extremamente importante e especial ser inspirado pelas cidades.

Tendo como formação oficial Tiago Amaral (clarinete), Carla Cabral (cavaquinho), Diego Santos (violão 7 cordas) e Gabriel Ventura (percussão), o quarteto teve uma sucessiva turnê pela Europa, em março e abril de 2018, como convidado do renomado Festival Internacional de Choro de Paris, estendendo- se também as cidades de Amsterdam na Holanda e Lyon na França. Em junho foi artista convidado do XXXI Festival Internacional de Música do Pará, um dos maiores festivais da região. De julho até setembro de 2018 O Mercado do choro fez parte da exposição “Porto do Sal, uma experiência estética e política”, da artista visual Elaine Arruda. Onde partituras, fotos e outros materiais sobre o projeto ficaram expostos no Centro Cultural São Paulo – CCSP.

Em 2019 o Mercado teve passagem pela Virada Cultural de São Paulo, fazendo parte do Palco Choro; e, em junho, participou do Festival Sonido, música instrumental e experimental. De dezembro de 2019 até janeiro de 2020, o projeto fez parte da exposição “Mastarel, rotas imaginárias”, de Elaine Arruda e Mestre João, na galeria do Banco da Amazônia, em Belém do Pará.

Em 2020 lançaram o álbum “Passeio público”. O disco, disponível de forma física e em plataformas digitais, traz 11 composições inéditas e é um retrato de saudade e história dos encontros já realizados pela cidade, como forma de acalentar o processo de isolamento vivido mundialmente, com a pandemia. Ainda no mesmo ano, o projeto cultural “O mercado do choro roda a cidade”, foi contemplado pelo edital de cultura do Banco da Amazônia. A ideia original era produzir diversas rodas, no entanto, com a pandemia, foram transmitidas lives diretamente do bairro da Cidade velha, com imagens ao vivo de Belém e a participação do historiador Michel Pinho. A produção fonográfica do ano encerrou com o lançamento dos clipes “Box 8” e “Aparelho”, acessíveis
pelo Youtube do Mercado.

Em setembro de 2021 foi lançado o curta musical “Passeio público”, aprovado na Lei Aldir Blanc e dirigido por Iomana Rocha (PE), gravado nos bairros da Matinha; Campina; Terra-firme e Canudos, em Belém do Pará. O curta parte da suíte musical homônima e o espectador é convidado a ter a vivência imersiva de um passeio por essas regiões urbanas, evidenciando suas peculiaridades sensíveis, revelando a poética desses espaços por meio da música e das imagens.