Ai, meu Deus, não sei mesmo o que os japoneses pensam sobre isso, mas amei o gunkan de cenoura com alho-poró e creme de castanha de caju que comi há umas semanas. Gunkan, minha gente, é um sushi, um pouco menorzinho que o tradicional e que o recheio não fica no meio, mas por cima da base de arroz. Então, sim, comi um sushi vegano!
Imagina o quanto deve ter gente por aí torcendo o nariz para tal coisa. Puristas x evolucionistas, eis a questão. Comida é como futebol e religião, balança o coração e faz todo mundo querer ser o dono da razão. Eu é que não me atrevo a carregar o fardo da verdade absoluta.
Acho que existem receitas e formas de fazer que precisam ser preservadas. E mais, precisam ser registradas para não caírem na poeira do tempo. Do tipo, não mexam no meu pão de queijo e nem metam a colher no acarajé alheio. Por outro lado, não é um desrespeito criar um prato que atenda desejos e vontades.
Provei ano passado, por exemplo, um tropeiro feito com a farinha da castanha do pequi. Achei o máximo. Foi no sertão e a receita foi adaptada com os ingredientes disponíveis. E tá tudo bem.
É lindo ver a culinária tomar novos formatos, evoluir, se adaptar. E, sinceramente, não creio que nenhum mineiro vai ficar chateado com a ousadia da cozinheira. Então, por que não preparar um sushi vegano? Por que não usar produtos sem origem animal para criar uma receita que vai deixar alguém contente? Porque comida é cultura, história, mas é também prazer. Tem gente, no entanto, esquecendo disso aí. O que é uma pena!
É preciso comer o que se quer, como se quer. Vale pedir um pedacinho de pão para molhar naquele molho que te fez sorrir em um restaurante chique. Ser feliz diante de uma comida bem feita é a única regra que não admito ser quebrada.
O sushi vegano eu comi no @beji.sushiveg
