Nativo do nordeste brasileiro, o caju não é um fruto, e sim um pseudofruto. “O fruto é a castanha”, revela Bismarck França, gerente industrial da Euro Caju, fábrica beneficiadora de castanhas de caju localizada em Altos, interior do Piauí. “Primeiro nasce a castanha. Depois vem a polpa”. O gerente observa também que, ao contrário do que muitos podem pensar, o produto mais lucrativo do cajueiro é a castanha, e não o caju. “Mas, antes de ser vendida, evidentemente, precisa passar por um complexo sistema de beneficiamento”, diz Bismarck.
A primeira etapa do beneficiamento das castanhas é a separação dessas da polpa. Segue-se o cozimento em autoclaves, a desidratação em estufas, o corte, a retirada da película que envolve a casca, a fritura e a seleção. “Do início ao fim do processo, leva-se mais de uma semana”, conta Bismarck. “A última etapa é a separação por tamanho, antes da embalagem. As castanhas maiores, que aqui chamamos de SLW1, geralmente seguem, sem passar por salga ou torra, para o mercado externo ou para serem utilizadas por chefs em restaurantes de qualidade. Já a farinha da castanha, que tem preço mais acessível, costuma ser usada na confeitaria”, explica Bismarck. Quando perguntado sobre a própria predileção de consumo, diz gostar de “qualquer saquinho de castanhas salgadas e torradas. De preferência, na beira da praia”.