Rio de Janeiro: Vale do Açúcar

Rio de Janeiro: Vale do Açúcar

Rumo ao Vale do Açúcar, a equipe da Expedição se encantou com a história do cultivo de cana-de-açúcar no norte fluminense, que se desenvolveu a partir do século XVIII. A paisagem dessas terras planas e férteis modificou-se com a plantação de cana e a construção de inúmeros engenhos, muitos especializados na elaboração de aguardente. Até hoje são famosas as pingas da região, que podem ser apreciadas no Festival da Cachaça de Alambique de Quissamã, em junho.

Transformadas em museus abertos à visitação, muitas das antigas fazendas são um atrativo para que os turistas entrem em contato com a memória do cultivo do café.

A Fazenda Machadinha, erguida no século XIX pelo Visconde de Uruaí, tombada em 1979, abrigou o primeiro engenho da América Latina a usar máquinas a vapor, construídas em 1877. Tal era a sua importância que Dom Pedro II em pessoa esteve presente à inauguração.

Os descendentes dos escravos que trabalhavam nas plantações continuam vivendo no local, formando uma comunidade quilombola. Em um centro cultural são preservadas as tradições de origem africana como o jongo, dança de terreiro. O local abriga também a Casa das Artes, ligada ao projeto “Raízes do Sabor”, cujo propósito é resgatar a culinária afrodescendente. Por isso mantém um restaurante com receitas como o bolo falso (farinha de mandioca, queijo, ovos, coco e leite) e a sanema (doce feito com mandioca, ovos, coco e manteiga batida). Um prato curioso é o capitão de feijão (bolinho tempera do), que antigamente eram as sobras do feijão da casa-grande às quais os escravos misturavam farinha, fazendo bolinhos que comiam com as mãos.