Társis Éder Gomes cria ostras em Indiaroba, no sul do litoral sergipano. “Mas, ao contrário do que muitos pensam, são ostras nativas do mangue; não as
ostras de origem asiática, comuns em Santa Catarina”, explica o ostreicultor. As ostras que a maioria das pessoas consome são originárias das águas do Pacífico. As que eu crio, não. Essas são encontradas nos manguezais do litoral brasileiro, de norte a sul do país”.
O cultivo inicia-se com a retirada das ostras do mangue. “Elas devem ter, por lei, no mínimo, 5 centímetros de comprimento”, diz. “Em seguida, vão para os viveiros de engorda, que são gaiolas que ficam submersas na água, nos estuários de rios, onde ficam por cerca de três meses, até alcançarem o tamanho ideal”.
Társis explica que é necessário que os viveiros estejam protegidos dos ventos e em locais com água de boa salinidade. “O sabor das ostras do mangue é mais suave e adocicado que o das ostras do Pacífico. Isso porque elas crescem em água salobra, e não em água salgada”, esclarece. Társis observa que a maior dificuldade que enfrenta é introduzir a ostra do mangue junto ao mercado consumidor. “Hoje, as ostras do mangue correspondem a menos de 10% do consumo de ostras no Brasil. Todos estão acostumados com o sabor das ostras de Santa Catarina”, diz. “Porém, felizmente, o mercado vai crescendo lentamente, graças à divulgação da mídia e a alguns apoiadores de peso, como o chef Alex Atala, que usa as ostras nativas do Brasil em receitas do seu restaurante, o D.O.M.” Quando perguntado sobre que predileção de consumo possui, Társis garante que “para sentir seu sabor (da ostra do mangue), o melhor é da maneira clássica: sal e limão”.