A pescada-amarela é um peixe de escamas que habita as águas do litoral nordestino. O pescador Raimundo, natural de Araioses, no Maranhão, explica que “o nome do peixe é por causa da cor amarelada da barriga”. Ao erguer um espécime recém-pescado, revela que o animal geralmente habita a confluência de rios e mar. Sobre a isca, diz usar pequenos crustáceos e peixes, pois a pescada-amarela possui hábito carnívoro. A carne, que possui alto valor comercial, é “branca e bem macia, a favorita dos maranhenses”, garante.
No Mercado do Peixe, em São Luís, Ana Lula, cozinheira e proprietária da Casa de Juja, diz que a pescada-amarela é certamente o peixe mais disputado nas bancas do local. “É o peixe mais nobre do estado. E tem um sabor delicioso”, diz. Em se tratando do uso do peixe em receitas, Ana Lula explica que “no Maranhão, um dos pratos mais tradicionais é a peixada,
que deve ser feita com pescada-amarela”.
Na cozinha da Casa de Juja, antes de iniciar a receita da peixada, Ana Lula diz que o estabelecimento é uma “base”, e não um restaurante. “As bases são uma instituição maranhense cujo nome deriva da rotina dos trabalhadores de se ‘basearem’ na casa de alguém na hora do almoço. Uma base é a casa de um cozinheiro que abre as portas para amigos e clientes”, explica. Voltando ao prato, Ana Lula conclui que a peixada maranhense, ao contrário da de outros estados, leva batatas, ovos cozidos e leite de coco e dispensa o uso do dendê.
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